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61% das pessoas temem represálias por suas ideias



O diálogo nas empresas esta indo de mal a pior. Segundo o Instituto Ethos, além de medo das represálias, apenas 49% dos colaboradores em grandes empresas se sentem confortáveis para expressar suas opiniões livremente. Entre as inúmeras razões possíveis, acredito que a falta de conexão genuína e a ausência de um ambiente seguro para se expressar de forma autêntica, são as mais importantes delas.

Medo de errar, medo de não ser aceito, medo de não ser promovido, medo de não pertencer, entre tantos outros medos, estão levando as pessoas a entrar em um modo de autoproteção e a se silenciar diante dos conflitos. Ou pior, estão fazendo com que as pessoas permaneçam em estado de alerta constante, o que pode despertar uma ansiedade crônica.


Gente

O papel do líder é crucial para que os diálogos voltem a acontecer.

As conversas dentro das organizações só vão evoluir quando conseguirmos criar ambientes psicologicamente seguros para que as pessoas possam ser quem são e se sentirem respeitadas por suas opiniões. A escritora americana Brené Brown, especialista em empatia e compaixão, diz que é na vulnerabilidade que surge a conexão. Sair das discussões superficiais e escolher ter conversas mais profundas é um ato de coragem, que deve ser conduzido e exemplificado pelos líderes.

O que os líderes podem fazer para contribuir para o diálogo verdadeiro?

  1. Criar espaço para discussões honestas e transparentes, assegurando que todos serão ouvidos respeitosamente;

  2. Contribuir para que todos se sintam pertencentes, estimulando os colaboradores a manifestar suas opiniões e valorizando todas, principalmente as divergentes;

  3. Trabalhar com a equipe na questão de que as decisões não precisam ser por consenso. Cada um deve manifestar sua opinião e, em seguida, devem deliberar pela melhor alternativa;

  4. Ter coragem para dialogar sobre temas difíceis e vulnerabilidade para aceitar que ninguém é obrigado (e nem precisa) ter todas as respostas o tempo todo;

  5. Ter coerência entre suas palavras e seus atos, sendo um exemplo constante para a equipe.


Negócios

A falta de diálogo real dentro das organizações pode ter consequências significativas para os negócios. E por que real? Porque as pessoas falam (e muito), mas não são transparentes. Sinto que muitas vezes as pessoas têm dificuldade em trazer o real problema à tona, deixando o que precisa ser dito nas entrelinhas e criando espaço para mal-entendidos. E, consequentemente, isso gera ambientes onde:

  • Colaboradores se sentem desengajados e existe alto turnover

  • Aumento do estresse por falta de comprometimento com resultado

  • Problemas ficam sem solução e oportunidades são perdidas

  • Falta clareza na definição de bordas dos papéis e responsabilidades, o que pode contribuir para a cultura do “desculpability”

  • Projetos precisam ser refeitos e a produtividade diminui

  • A inovação não acontece porque os profissionais fazem sempre o mesmo

  • Reunião, reunião, reunião e nenhuma decisão.

Para reverter essa situação, as empresas precisam investir ativamente no fortalecimento das relações e conexões por meio de teambuildings, da implementação de programas de comunicação e feedback, da criação de espaços de discussão, do treinamento de líderes e equipes em habilidades de comunicação e da promoção de uma cultura organizacional que valorize ambientes com segurança psicológica, onde impere a transparência, o respeito e a colaboração. Ao priorizar o diálogo, as empresas podem colher os benefícios de uma equipe mais engajada, processos mais eficientes e inovação contínua.


Futuro

Apesar dos avanços tecnológicos e dos inúmeros benefícios atrelados a eles (inteligência artificial, machine learning, etc.), o elemento humano continuará sendo essencial para um diálogo autêntico e efetivo. Habilidades como empatia, escuta ativa e resolução de problemas complexos não podem – e nunca serão – substituídas por ferramentas digitais. Dessa forma, continua sendo crucial que líderes e equipes cultivem o diálogo para que essas competências interpessoais sejam uma realidade dentro das empresas. Vejam o que o Fórum Econômico Mundial diz sobre as competências que serão mais demandadas no mundo do trabalho:

































fonte: site rhpravoce.com.br


O desafio do futuro será encontrar o equilíbrio ideal entre tecnologia e interação humana. Líderes e organizações devem investir em soluções que potencializem a comunicação e a colaboração, sem perder de vista a importância do contato pessoal e do diálogo autêntico entre as pessoas.


Ferramenta

Como superar as principais barreiras para se conseguir um diálogo verdadeiro.

Para que possamos dialogar – de verdade – é preciso se querer fazer isso porque é algo que demanda bastante intenção.

Escolher estar presente.

E todos nós sabemos o desafio disso atualmente. Nosso tempo (e atenção) é disputado o tempo todo. Para que você consiga se conectar com o outro de forma verdadeira, você tem que ser intencional.

Reaprender a escutar.

Escutar de verdade, para entender o ponto de vista do outro e não apenas para responder. É bastante comum encontrarmos pessoas que, por estarem em estado de alerta constante, escutam o outro já pensando na resposta, na justificativa, ou na desculpa. O exercício aqui é se concentrar exclusivamente na escuta e no desejo genuíno de entender a perspectiva do outro.

Desenvolver a curiosidade para fazer perguntas

Quando o outro não pensa da mesma forma que você, um mundo de oportunidades se abre. Devemos lembrar que cada um de nós tem valores e experiências de vida únicos, portanto, entendimentos únicos das situações também. Em vez de fechar os ouvidos para o diferente e tentar convencer o outro do seu ponto de vista, exercite 'comprar' a nova ideia que surgiu na conversa e amplie sua mentalidade.

Observar seu próprio julgamento.

É bastante comum ouvirmos as pessoas dizerem que não devemos julgar os outros. Na minha percepção, isso é praticamente impossível, uma vez que estamos sempre enxergando a perspectiva do outro através da nossa lente. O que nos cabe aqui é tomar consciência das nossas crenças, vieses e cuidar para que eles não atrapalhem a nossa capacidade de escuta.

Se você é um líder ou faz parte de uma equipe que enfrenta desafios no diálogo interno, não hesite em tomar medidas para reverter essa situação. Comece implementando algumas das sugestões apresentadas, como promover encontros regulares para gerar maior conexão, incentivar a escuta ativa e cultivar uma cultura de transparência e valorização dos pensamentos divergentes.

Lembre-se de que o diálogo é - e continuará sendo - a chave para o sucesso de qualquer organização. Invista nessa habilidade e ajude a construir um ambiente de trabalho mais seguro, colaborativo, inovador e voltado para o futuro.


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